Muitas são as alterações que podem descritas nos laudos de teste ergométrico. Mas quais são as principais?
-Alterações do segmento ST (Infra ou Supradesnivelamento);
-Dor no peito reproduzida ao esforço;
-Arritmias cardíacas malignas;
-Baixa capacidade funcional;
Antes de falar sobre algumas delas, é meu papel como médico dizer para você que nenhum teste em medicina é 100% preciso! Para se ter uma ideia, a capacidade do teste ergométrico em identificar alterações é de 68% | sendo que a capacidade de acertar com precisão que o paciente é portador de doença coronária é de 77%, aproximadamente.
E o que eu quero dizer com isso ? Muitos pacientes possuem um exame com uma alteração falsa (falso-positivos ou falso-negativos). Então não crie preocupação com o resultado do seu teste antes de falar com o seu médico! Os principais pacientes com alterações falso-positivas são as mulheres jovens (38%), seja por doença microvascular, alterações hormonais (estrogênio e tireoidiano), anemia, exercício súbito e intenso, etc.
No entanto, alguns casos merecem “maior atenção”:
-Infradesnivelamento do segmento ST ≥ 2 mm com baixa carga;
-Infradesnivelamento do segmento ST ≥ 1 mm com < 4 min de esforço;
-< 5 METs de capacidade funcional;
-Infradesnivelamento do segmento ST que persiste por > 5 min após o término do exame;
-Infradesnivelamento difuso do segmento ST;
-Supradesnivelamento do segmento ST;
-Queda de pressão arterial intra-esforço;
-Taquicardia Ventricular ou Fibrilação Ventricular durante o exame;
-Angina limitante no pico do esforço ou exclusiva da fase de recuperação;
-Duke Score ≤ -11;
E lembre-se: cada caso deve ser avaliado individualmente pelo seu cardiologista de confiança, pois o teste de esforço não é um exame com resultado dicotômico (“deu positivo” vs “deu negativo”), e nem sempre o exame foi bem indicado, ou o aparelho foi adequado e/ou a análise do traçado foi adequada.
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Texto escrito pelo Cardiologista: Dr. Pedro Henrique Pedruzzi Segato
CRM 37.112 – RQE 28231